sem querer sinto-te por todas as partes do corpo. sem querer pressinto-te a chegar. sem querer sinto-te a sofrer. sem querer sinto todas as vezes que pensas em mim, as vezes que choras, as vezes que entras em desespero à minha procura. sinto-te por todo o lado. Já não te sei de cor como em tempos, e penso que tu já não tens esse dom em mim. Ambos mudamos e hoje vivemos uma monótona vida que nos embala em todas as nossas tarefas diárias. Pressinto-te.




não me sinto bem, já não sei o que sinto, não me sei sentir feliz, nem sei sequer se o que sinto é tristeza. Não consigo ter qualquer tipo de emoções. Já não sei chorar, talvez porque as lágrimas secaram e por mais que tenha muito ainda guardado em mim que merecessem lágrimas o meu corpo já não tem forças para soltar sequer uma única lágrima. e eu? eu não me sinto capaz de nada. é como se estivesses aqui neste mundo por estar. tenho apenas feito a minha rotina, escola casa, casa escola e não a consigo alterar, por mais que tente perco a vontade de ir para onde quer que seja. gostava de saber aproveitar todos os dias como era o habitual, mas ultimamente não me sinto mais capaz. Preciso que um arco-íris pinte a minha vida e me faça acreditar que será possível. E eu no fundo acredito.





E por momentos estou de verás estranha, sinto-me triste, só. Já não seguro o peso do meu coração, já não suporto a dor que carrego e o peso que trago em mim. Já não suporto toda esta distância e tudo aquilo que me mantém longe de ti. Hoje? Hoje sim, quis deixar de ser quem sou. Hoje quis fugir de mim mesma. Eu dei-te tudo. Perdi tudo. E no fim, sofri com tudo. Porque este amor, também me está a matar aos poucos. É as saudades, e a ausência do teu abraço apertado que me destrói.






há dias que não escrevo. Há dias em que as minhas próprias palavras secam-me a escrita. há dias que o meu reflexo é negro, embaciado, muito ou pouca nitidez encontro na minha mais intima imagem. Escolhi dizer-te o que me havia no coração à uns bons dias, à umas boas semanas. Escolhi a noite mais fria para o dizer-te... sou estranha, mas disso já eu mesma sabia. o frio daquela noite queimou-me a pela, queimou-me a face. tenho alma de viajante. Nuns dias posso estar cá, noutros passas meses sem me ver. e agora? onde te poderei encontrar?
Não quero a tua pena do meu lado. Não quero os teus medos presentes. Quero a tua alma comigo. Quero o teu coração nas minhas mãos. Quero o prazer eterno. Não sei por qual beco ir desta vez ... acho que já percorri todos eles nesta cidade. Eu só queria um sitio seguro, sem luz, com a ausência de seres. Queria apenas viver no preto e branco por algumas horas. Estou cerrada por entre as correntes do teu desprezo. Sinto as pernas mórbidas e os lábios secos. Preciso de ti e da tua natureza interior. Um enorme manto de espinhos cobre-me o corpo. Magoa. Sangra. Faz-me gritar o teu nome. Sinto-me sepultada por ti. Já não existo mais. Já não sei quem sou. Já não sei o que faço. Já não sei viver. Resta-me apenas TENTAR sobreviver nesta contínua agonia.